TERROR NOS QUADRINHOS: “Sombras” e “Contos de Horror” de Júlio Shimamoto.

Fábio Melo*


Denilson Reis, da Tchêzine, acertou em cheio ao resgatar obras primas dos quadrinhos de horror no Brasil. Em parceria com a Atomic Editora, as duas obras reúnem mais de 70 páginas (cada uma) com alguns dos contos de horror desenhados e escritos por Júlio Shimamoto entre as décadas de 1960 e 1990. Sou um grande admirador e fã do trabalho de Denilson pelo menos há uns 10 anos, desde que o conheci na extinta rádio comunitária 3W, no município de Alvorada, durante a gravação do programa História em Pauta - por intermédio do camarada Rafael Freitas, companheiro apresentador do programa. 

No álbum “Sombras”, o traço é escuro, autoral; talvez nenhum outro artista use as técnicas de desenho elaboradas por Shimamoto – se usam, provavelmente, ele foi o precursor. E as histórias trazem um elemento nacional. Fazem elas mais próximas do que é a cultura popular brasileira. Histórias como “Chupacabra”, “Lobisomem”, “Menegma” e “Sangue” se passam em nosso Brasil cotidiano, mas onde há uma zona cinzenta entre o real e o macabro, o absurdo.

Já no álbum “Contos de Horror” o foco são os resgates de obras publicadas originalmente nas típicas revistas de terror das décadas de 1970 e 1980 (como Spektro, Mestres do Terror). Aqui, entre tantas histórias fantásticas, destaco “Ponto de Parada”, uma história de amor e morte à beira da estrada; “Dança Macabra” sobre os fantasmas dos afogados em um rio no interior (essa história foi produzida em 1961!); e “O cataléptico”, no qual um homem conta para sua mulher o porque de seu medo irracional do escuro.

Sem dúvida, essas edições marcam a história. Resgates necessários, principalmente para apresentar às novas gerações que existe quadrinho de horror com qualidade produzido no Brasil - e muitos de forma independente.

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* Fábio Melo é Historiador. Membro fundador e permanente do Grupo de Estudos Americanista Cipriano Barata (GEACB: http://geaciprianobarata.blogspot.com/)


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